De acordo com a 'Nature', frio intenso é principal causa de destruição.
Camada de ozônio impede a passagem dos raios ultravioleta do sol.
Cientistas anunciaram neste domingo (2) que foi aberto um buraco na
camada de ozônio sobre o Ártico de dimensão equivalente a cinco vezes o
tamanho da Alemanha, igualando-se ao que existe sobre a região da
Antártida.
Provocado por um frio excepcional no Polo Norte, este buraco se moveu
durante 15 dias sobre o leste europeu, Rússia e Mongólia, expondo as
populações em alguns casos a níveis elevados de radiação ultravioleta.
Os cientistas afirmaram ainda que, a cerca de 20 quilômetros acima da
superfície terrestre, 80% do ozônio tinha desparecido.
A camada de ozônio impede a passagem dos raios ultravioleta do sol.
Esses raios têm efeitos nocivos à saúde, podendo provocar câncer e
outras doenças. Porém, durante o inverno e a primavera nas regiões dos
polos, a proteção é atacada regularmente por compostos contendo cloro
(clorofluorocarboneto, o CFC) utilizado pelo homem nos sistemas de
refrigeração e aerossóis. A produção de CFC é quase nula atualmente,
graças ao protocolo firmado em 1985 em Montreal, no Canadá.
O frio intenso continua a ser o fator principal da destruição do
ozônio. Pelo efeito do frio, o vapor da água e as moléculas de ácido
nítrico se condensam e formam nuvens nas camadas inferiores da
atmosfera. Nessas nuvens o cloro é formado e finalmente provoca a
destruição do ozônio.
Perdas na camada
Geralmente, o buraco é muito maior sobre a Antártida onde faz mais frio
do que no Ártico. Contudo, as últimas medições feitas no Polo Norte
mostraram que a diminuição do ozônio é mais variável e mais limitada do
que no Hemisfério Sul.
Observações de satélites feitas entre o inverno de 2010 e a primavera
de 2011 mostraram que a camada de ozônio foi afetada entre 15 e 23 km de
altura. As perdas mais importantes - mais de 80% - foram registradas
entre os 18 e 20 km.
"Pela primeira vez, a diminuição foi suficiente para que se possa falar
razoavelmente do buraco da camada de ozônio no Ártico", afirma o estudo
publicado neste domingo na revista científica britânica "Nature".
Segundo Gloria Manney, do Jet Propulsion Laboratory, na Califórnia, o
responsável é um fenômeno conhecido como "vórtice polar", um ciclone que
atinge todo inverno a estratosfera ártica e que nasceu no ano passado
devido ao frio extremo. "A destruição do ozônio começou em janeiro, e
acelerou a tal ponto que as concentrações de ozônio na região do vórtice
polar eram muito inferiores que no ano passado", disse.
Valores particularmente baixos foram observados "durante 27 dias em
março e no começo de abril, em uma superfície de mais ou menos dois
milhões de km²", afirmou a cientista. Este número equivale à destruição
do ozônio na Antártica nos anos de 1980.
No mês de abril, durante quinze dias, o vórtice se moveu sobre as
regiões mais densamente povoadas da Rússia, Mongólia e leste europeu.
Medições efetuadas no nível do solo indicaram valores elevados de
radiação ultravioleta, segundo Gloria Manney.
De acordo com a pesquisa publicada na "Nature", atualmente é impossível
prever se estas perdas na camada protetora de ozônio vão ocorrer
novamente naquela região.
*Com informações da France Presse e da BBC Brasil
Postagem original em: http://g1.globo.com/natureza/noticia/2011/10/furo-na-camada-de-ozonio-do-artico-se-iguala-ao-da-antartida-diz-revista.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário